Enegia vital

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Enquanto a energia da Terra se sutiliza, nos também devemos voltar à Luz...

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

As ervas nossas de todos os dias


Muitos anos atrás, quando minha mãe ainda vivia entre nós, estávamos conversando a respeito de problemas de saúde, de forma geral, e ela comentou: “Não sei por que os jovens de hoje têm tantas complicações, já que no meu tempo a vida era muito mais difícil, mas a gente quase nunca ficava doente”.
Foi aí que eu a lembrei de um aspecto importante que contribuía para que isso acontecesse: a melhor qualidade de vida de que desfrutavam naquela época. Minha mãe foi criada no Interior, comendo o que plantavam, as galinhas e porcos que criavam, bem como animais cujas carnes eram comercializadas assim que abatidos. Como não dispunham de aparelhos refrigeradores, as carnes eram salgadas ou, depois de fritas, colocadas no meio da banha de porco, a fim de que não estragassem.
Acho que naquele tempo não se ouvia falar de conservantes, acidulantes, aromatizantes, corantes e quetais. A comida era preparada em fogões à lenha, e minha mãe sempre lembrava que as panelas permaneciam quentes esperando meu avô e minhas tias voltarem da roça para fazerem as refeições juntos, no final do dia.
Mas havia outro “detalhe” que ajudava muito a manter a boa saúde da família: meu avô materno tratava todos com ervas medicinais. Como minha mãe contava, ele possuía um livro de homeopatia e, após uma incursão pela mata, voltava com folhas, raízes e cascas de árvores que utilizava para preparar chás, infusões, emplastros ou o que mais alguém pudesse estar precisando.
Para as crianças, após cozer as ervas em um grande caldeirão e coar o líquido, adicionava açúcar mascavo – o que transformava a beberagem em um doce –, a fim de que não se recusassem a ingerir um vermífugo. E, como minha avó enfrentava problemas com o reumatismo, lá ia o avô preparar sua garrafada de pinga com sucupira, que, após ficar “enterrada” por nove dias, estava pronta para ser consumida.
Acho que, hoje em dia, com o distanciamento do homem moderno das coisas naturais, talvez não seja mais tão comum os pais entrarem nas matas para buscar plantas, a fim de cuidarem da família. Mas as mães ainda podem usar as ervas para auxiliarem na boa saúde dos seus.
Com o que se convencionou chamar “temperos”, as ervas foram relegadas a um segundo plano na alimentação; mas, devido às suas qualidades terapêuticas, muitas delas deveriam ocupar lugar de destaque nas nossas receitas. É o que acontece, por exemplo, com o alecrim, alho, canela, cravo, erva-cidreira, erva-doce, hortelã, manjericão, manjerona, sálvia, tomilho, entre tantas outras.
Mas não somente na alimentação as plantas estão ajudando a manter a boa saúde da população. Bastante popular atualmente, também a Aromaterapia se utiliza dos óleos essenciais para proporcionar benefícios em processos de cura.
Então, seja na comida, em cremes para massagem ou, ainda, em óleos para aromatização, eis algumas indicações para utilização das ervas nossas de todos os dias, lembrando-se que há cuidados a serem observados em se tratando de grávidas, cardiopatas, portadores de deficiência mental, pessoas com problemas psiquiátricos graves e dependentes químicos:
Alecrim: estimulante da circulação, revigorante, diurético, diminui o esquecimento e o cansaço, ajuda a trabalhar a concentração – por isso, melhor evitá-lo à noite, para não interferir com o descanso noturno.
Alho: auxilia no controle da pressão arterial leve e na redução do colesterol, além de apresentar ação expectorante, analgésica e antibacteriana.
Canela: apresenta propriedades diuréticas, analgésicas e purificantes; ajuda a expressar a criatividade, expande o amor e a jovialidade.
Cravo: tem ação antisséptica, cicatrizante, estomática, carminativa, afrodisíaca e parasiticida; promove o relaxamento, fortalece a memória e auxilia no resgate do bom humor e da simpatia.
Erva-cidreira: indicada para nervosismo, insônia, taquicardia e problemas digestivos, por suas propriedades antiespasmódicas, digestivas e calmantes; melhora a concentração.
Erva-doce: muito utilizada contra prisão de ventre, por suas propriedades laxantes e diuréticas, é ainda uma erva antisséptica, antiespasmódica, carminativa e tônica, promovendo força e longevidade.
Hortelã: expectorante e refrescante, estimula o cérebro e clareia o pensamento, aliviando ainda dores de cabeça, febre e náusea. Tônico digestivo, auxilia ainda contra cólicas, tosse sufocante e azia. Alivia complicações nas vias respiratórias, incluindo asma, laringite, congestão nasal, resfriados, gripe e bronquite.
Manjericão: com propriedades antidepressivas, antissépticas, antiespasmódicas, digestivas e tônicas, atua no sistema nervoso central, melhorando afecções das vias urinárias e respiratórias, doenças estomacais, fadiga mental, enxaqueca, insônia e estafa.
Manjerona: analgésica, antisséptica, antiespasmódica, calmante e digestiva, auxilia na desobstrução das vias respiratórias, em casos de nevralgia, câimbra, entorses, distensão, enxaqueca, pressão alta, insônia.
Orégano: dentre outros benefícios, diminui os sintomas da tensão pré-menstrual e auxilia no tratamento de insônia, estresse, cansaço nervoso, febre e dores reumáticas. Ajuda a diminuir a retenção de líquidos no corpo, evitando ainda o envelhecimento precoce de todos os órgãos. Seu uso constante combate tosses, doenças do pulmão, dores musculares e indigestão.
Sálvia: com propriedades antidepressivas, antissépticas, sedativas, tônico-reguladoras e equilibrantes, estimula o crescimento, regula os hormônios, combate a tensão menstrual, distensão muscular e enxaqueca, além de asma e infecção de garganta.
Tomilho: erva antisséptica, balsâmica, estimulante e expectorante, é indicada para equilíbrio do sistema nervoso e da circulação sanguínea e atua contra infecções, problemas respiratórios, má digestão, deficiência nervosa, anemia e reumatismo, bem como favorece a menstruação tranquila.

Com a utilização frequente desses “condimentos”, não somente é possível prevenir doenças que comumente aparecem em determinadas épocas do ano, como também auxiliar o organismo a readquirir seu poder de autocura – “bastante desequilibrado” em função das diversas substâncias nocivas que não apenas ingerimos, mas com as quais somos “bombardeados” em nosso dia a dia, especialmente nas grandes cidades (altamente poluídas).

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